SOU POMBA GIRA




Sou uma rosa,sou um perfume,sou a mais
bela de qualquer jardim.
Ouço lamentos, ouço queixumes.
Não há mulher que não vem até mim.
Sei seduzir, me deixo seguir.
A palavra difícil pra mim nao existe
De preto e vermelho ,ou sem me vestir, homem algum
algum a mim não resiste.
Bebo champanhe, fumo cigarro.
Digo mil coisa sem nunca falar,sei ler
na mão, o jogo e o baralho.
A mim só me engana,
quem eu deixar.
Se alguém precisar e queirer me encontrar,
siga o perfume,
em noite de luar.
Diga o meu nome sem se enganar,
sou
pomba gira, a rua é meu lar.

autor: PauloLourenço


ELA VEM CAMINHANDO

Photo: Ela vem caminhando num cruzeiro; Ela dançando, vestida de vermelho. Ela é a pombagira! ela é rosa de amor! Rosa vermelha, rosa vermelha sagrada!... É a pombagira girando nas sete encruzilhadas. E vai girando sob o clarão da lua. Rosa vermelha: a pombagira Das sete encruzilhadas. Bonita rosa da encruzilhada; Bonita rosa que vem chegando de madrugada.


Ela vem caminhando num cruzeiro;
Ela dançando, vestida de vermelho.
Ela é a pombagira! ela é rosa de amor!
Rosa vermelha, rosa vermelha sagrada!...
É a pombagira girando nas sete encruzilhadas.
E vai girando sob o clarão da lua.
Rosa vermelha: a pombagira
Das sete encruzilhadas.
Bonita rosa da encruzilhada;
Bonita rosa que vem chegando de madrugada.

sábado, 25 de maio de 2013

A POPULARIDADE DE POMBA GIRA



A popularidade de Pombagira

Com
a liberação da mulher, vieram a respon­sabilidade, os direitos e os
deveres. Pombagira popularizou-se com a expansão da Umbanda e dos
demais cultos afro-brasileiros nos anos 60 e 70 do século XX e, em meio a
multiplicidade de cultos com ela presente em todos, sua força era
indiscutível e sue poder foi usufruído por todos os que iam se consultar
com ela. Não demorou a descobrirem que ela atendia a todos os pedidos,
inclusive aos de “amarrações para o amor”, para “separação de casais” e
outros pedidos bem terrenos dos humanos.

Como
ninguém se preocupou em fundamentá-la en­quanto Mistério da Criação e
instrumento repressor da Lei Maior e da Justiça Divina, temidíssima
justamente em um dos campos mais controvertidos da natureza dos seres,
que é justamente o da sexualidade, eis que não foram pou­cas as pessoas
que foram pedir o mal ao próximo e adqui­riram terríveis carmas, todos
ligados aos relaciona­men­tos amorosos ou passionais.

Nada como pedir para as “moças da rua” coisas que não seriam muito bem vistas pelo “povo da direita”.

Assim,
Pombagira tornou-se a ouvinte e conselheira de muitas pessoas com
problemas nos seus relacio­namentos amorosos, procurando atender a
maioria das solicitações, fixando em definitivo um arquétipo poderoso e
acessível a todas as classes sociais.

Junto
à explosão descontrolada das manifestações de Pombagiras, vieram os
males congênitos, que acom­panham tudo o que é poderoso: os abusos em
nome das entidades espirituais, tais como os pedidos de jóias e
per­fumes caríssimos; de vestes ricas e enfeitadas, de oferendas e mais
oferendas caríssimas; de assenta­men­tos luxuosos e os­tentativos; de
cobrança por trabalhos realizados por elas, mas recebidos em espécie por
encarnados, etc.

Pombagira também serviu de desculpa para que al­gumas pessoas atribuíssem a ela seus comportamentos no campo da sexualidade.

Ainda
que hoje saibamos que elas são esgotadoras do íntimo das pessoas
negativadas por causa de decep­ções e frustrações nos campos do amor, no
entanto ainda hoje vemos um caso ou outro que atribuem à Pombagira o
fato de vibrarem determinados desejos ou compulsões ligadas ao sexo.
Mas a verdade indica-nos exatamente o contrário disso, ou seja, a
“mulher da rua” atua esgotando o íntimo de pes­soas e de espíritos
vítimas de desequilíbrios emocionais ou conscienciais, pois essa é uma
de suas muitas funções na Criação.



Texto extraído do livro “Orixá Pombagira”


de Rubens Saraceni, Editora Madras.

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